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Publicado 05/03/2017

Saiba as indicações e quais são os principais remédios diuréticos disponíveis.


A classe dos diuréticos é uma das mais usadas na medicina, estando indicada em várias doenças como hipertensão, insuficiência cardíaca, cirrose hepática e outros que falarei com mais detalhes abaixo.


Médico explica como funcionam os remédios diuréticos para baixar a pressão 

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Diuréticos de alça:
– Furosemida (Lasix®)

Diuréticos tiazídicos:
– Hidroclorotiazida (Drenol®)
– Clortalidona (Higroton®, Hygroton®)
– Indapamida (Natrilix®, Indapen®, Fludex®, Vasodipin®)
– Metolazona (Diulo®)

Diuréticos poupadores de potássio:
– Espironolactona (Aldactone®, Spiroctan®, Diacqua®)
– Amilorida
– Triantereno

Ainda existem o Manitol e a Acetazolamida, que são usados apenas em situações específicas.

Diurético é tudo igual? 

Não, cada uma das 3 famílias descritas acima age em um local distinto do túbulo renal, apresenta efeitos desejáveis e adversos diferentes, e estão indicados para doenças distintas.

Como cada família de diurético age em local diferente do rim, não se assustem se o seu médico eventualmente prescrever 2 classes de diuréticos ao mesmo tempo. Não há nada de errado nesta conduta. Existem, inclusive, combinações já prontas no mercado. As mais comuns:

– Hidroclorotiazida + Amilorida (Moduretic®).
– Hidroclorotiazida + Espironolactona (Aldazida®, Ondolen®).

Mas, apesar do mecanismo de ação distinto, todos eles apresentam uma característica em comum: aumentam a eliminação de sódio (sal) e água pela urina. Na verdade, os diuréticos agem primariamente aumentando a excreção de sódio. Como não podemos urinar sal, o rim aumenta a quantidade de água excretada para poder diluir e eliminar esse sódio todo na urina.

Os diuréticos são indicados principalmente para o tratamento da hipertensão e dos edemas (inchaços). Os dois problemas estão relacionados a excesso de sal no organismo, que como consequência, provocam retenção de água. Para que o diurético exerça seu papel de modo correto, é preciso que o paciente limite sua ingestão de sal durante o uso da droga. Não adianta nada o diurético provocar um aumento na eliminação de sal pelos rins se o paciente está se entupindo de sal na dieta. Para haver resposta clínica, é preciso sair mais sal na urina do que entra pela dieta.


Vou falar um pouquinho das 3 principais classes e suas indicações.

1) Diuréticos de alça – Furosemida (Lasix®)

O mais famoso diurético de alça é a furosemida (mais conhecida como Lasix®). É o diurético mais potente. Para se ter uma ideia, em pessoas normais apenas 0,4% do sódio filtrado nos rins sai na urina, os 99,6% restantes retornam para o sangue. Com o início da furosemida, o sódio excretado pula para 20%.

Por isso, a furosemida está indicada em doenças que apresentam retenção de sódio e líquidos como insuficiência cardíaca, cirrose, síndrome nefrótica e insuficiência renal.

Apesar do seu alto poder de excretar sódio, a furosemida não é um bom diurético para hipertensão. Ela só deve ser usada para esse fim em pessoas que tenham concomitantemente as doenças citadas acima.

A furosemida (lasix®) deve ser tomado, de preferência, duas vezes por dia. Como seu efeito dura em média 6 horas, este deve ser o intervalo de tempo ideal entre as duas tomadas. Se o paciente toma a primeira dose às 8h da manhã, a segunda deverá ser às 14h. Em alguns casos ela pode ser administrada em dose única.

Os efeitos efeitos colaterais mais comuns da furosemida: baixa de potássio, baixa de magnésio, desidratação, câimbras, hipotensão, aumento do ácido úrico. Edema de rebote pode ocorrer após suspensão súbita.

2) Diuréticos Tiazídicos – Hidroclorotiazida (Drenol®), Clortalidona (Higroton®, Hygroton®) e Indapamida (Natrilix®, Indapen®, Fludex®, Vasodipin®)

Os diuréticos tiazídicos promovem uma diurese menor que a furosemida, porém, por terem um efeito que dura até 24h, a perda de sódio e água acaba sendo constante.

São os diuréticos mais indicados na hipertensão, pois além de diminuir o sódio, eles também tem ação vasodilatadora. Em pacientes com insuficiência renal avançada, os tiazídicos não funcionam. Neste caso, o melhor diurético é a furosemida, mesmo para hipertensão.

Se não houver contraindicações, os tiazídicos devem ser a primeira, ou no máximo, a segunda escolha no tratamento da hipertensão.

Os efeitos colaterais mais comuns dos tiazídicos: todos da furosemida, além de aumento da glicose e do colesterol em algumas pessoas. Os tiazídicos causam sódio baixo no sangue mais frequentemente que a furosemida, principalmente em idosos.

3) Diuréticos poupadores de potássio – Espironolactona (Aldactone®, Spiroctan®, Diacqua®), Amilorida e Triantereno

O mais usado é a espironolactona. Essa classe possui esse nome porque é a única que não aumenta a excreção de potássio na urina. Um dos efeitos colaterais dos tiazídicos e furosemida é a diminuição deste mineral no sangue por excesso de perda urinária. Os poupadores de potássio agem excretando sódio e diminuindo a excreção de potássio. Isso é ótimo para quem tem potássio baixo e perigoso para quem o tem alto. É o grupo de diuréticos mais fraco e estão contraindicados na insuficiência renal avançada. São muito usados em associação com outros diuréticos.

A espironolactona também inibe um hormônio chamado aldosterona ( leia sobre a supra-renal), que quando aumentado, piora a insuficiência cardíaca e a cirrose. Por isso, ela é muito usada nessas 2 doenças junto com a furosemida.


Os efeitos efeitos colaterais mais comuns da espironolactona são o aumento do potássio, ginecomastia, aumento de pelos e alterações menstruais.

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